O que esperar da quinta Era da Qualidade?

Postado em 10 de mai de 2021
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Você sabia que estamos próximos de adentrar a quinta era da qualidade?

A gestão da qualidade é uma ferramenta que está sendo utilizada por organizações no mundo inteiro há mais de meio século.

Começando a ser difundida a partir dos anos 1950, a gestão da qualidade ganhou notoriedade no Brasil na década de 1980 e é utilizada por empresas de diversos portes, segmentos e atividades.

Até hoje, a gestão da qualidade já atingiu diferentes níveis de maturidade, o que geram estágios conhecidos como “eras da qualidade” na literatura. Desde seu surgimento, podemos nomear quatro delas e sabemos que a quinta está chegando, motivada pela tecnologia.

Pensando em esclarecer esse tópico e deixar claro o que esperar da quinta era da qualidade, neste artigo vamos falar sobre o que é a gestão da qualidade, o que caracterizou as quatro eras passadas e como um profissional pode se preparar para a quinta.

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O que é gestão da qualidade?

A gestão da qualidade é uma ferramenta utilizada para fiscalizar produtos e serviços durante sua fabricação e distribuição. A intenção é ter controle sobre esses produtos e serviços e entregar ao mercado algo que terá um processo seguro e garantirá a satisfação do cliente.

A gestão da qualidade é estratégica dentro das organizações e ajuda a dar uma visão sistêmica do processo, estando alinhada com práticas reconhecidas no mundo inteiro.

Empresas que desejam ser bem-sucedidas no mercado precisam ser ativas na busca pela qualidade, promovendo ações que vão desde a gestão e informações até as finanças.

Dessa forma, a gestão da qualidade permite que uma empresa tenha uma constante melhoria.

A trajetória da gestão da qualidade

Na década de 1920, Walter Andrew Shewhart, um estatístico norte-americano, começou a teorizar sobre a qualidade de bens e serviços.

Ele desenvolveu um sistema que mensurava a viabilidade de serviços e aluguéis de bens, assim como assegurava a qualidade.

O sistema ganhou o nome de Controle Estatístico de Processo, o CEP. Durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA começaram a utilizar o CEP e incentivar que seus fornecedores bélicos também utilizassem. E isso ajudou a consolidar métodos de controle ao redor do mundo.

Nos anos 1940, o Japão começou a investir em gestão da qualidade.

Reunindo os esforços e conhecimentos de quatro estatísticos (W. E. Deming, Kaoru Ishikawa, Joseph M. Juran e o próprio Shewhart), o país reconstruiu suas indústrias e desenvolveu um método que não apenas detectava e eliminava peças defeituosas, mas impedia que defeitos ocorressem.

No Brasil, a gestão da qualidade apenas ganhou notoriedade na década de 1980.

Isso porque a abertura da economia motivou os empresários a inovar, e a inovação passa por buscar mais qualidade e competitividade diante de produtos importados.

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As 4 Eras da Qualidade

Como a gestão da qualidade vem sendo aplicada em diversas organizações ao redor do mundo, que tem portes, segmentos e conjunto de atividades diferentes, ela foi se transformando e atingindo novos estágios com o decorrer do tempo.

Inicialmente, a gestão da qualidade era usada apenas para a inspeção de produtos, serviços e processos. Mas, hoje, ela se tornou muito mais estratégica e próxima do gerenciamento.

Desde que foi difundida na década de 1950, a gestão da qualidade atingiu quatro níveis de maturidade, estágios chamados de eras.

1. Primeira era da qualidade - Inspeção

Durante a primeira era da qualidade, a preocupação se limitava a inspecionar o processo de fabricação e garantir que o produto estava de acordo com o esperado pelo cliente.

Isso significa que a gestão da qualidade chegava apenas no final do processo, com a inspeção do produto já pronto.

O que acabava gerando desperdício, pois o produto já tinha utilizado matéria-prima e esforço de maquinário e pessoal correndo o risco de ser descartado, caso não passasse na inspeção.

2. Segunda era da qualidade - Controle de qualidade estatístico

Entendendo que a gestão da qualidade poderia ser melhorada e não apenas focar na inspeção, chegou a segunda era da qualidade.

Nesse momento, a inspeção ainda era realizada, porém o foco também passou para a avaliação dos processos produtivos. Essa abordagem ajudou a diminuir o desperdício de produtos prontos, pois focava em criar parâmetros para as peças produzidas e “margens de erro”.

Por exemplo, uma peça podia ter uma medida máxima e mínima, podendo diferenciar um pouco dentro dessa padronagem. Se saísse da especificação, aí seria retrabalhada.

3. Terceira era da qualidade - Garantia da qualidade total

Virando o foco da gestão da qualidade para o processo, notou-se que não era apenas o processo que interferia no produto final, mas quem estava fazendo esse processo funcionar.

Por isso, a terceira era da qualidade fala muito sobre as pessoas envolvidas no processo e as pessoas que compõe a organização. É chamada de garantia da qualidade total por isso.

O entendido é que todos precisavam buscar a qualidade porque todos influenciavam no produto final, desde os fornecedores até o atendimento ao cliente, por exemplo.

4. Quarta era da qualidade - Gestão estratégica da qualidade

Entendendo a importância do processo, da inspeção final e das pessoas, a gestão da qualidade chegou em sua mais recente era.

A quarta era da qualidade fala sobre o papel estratégico que essa ferramenta tem de obter vantagem competitiva no mercado. Foi entendido que a qualidade tem fator decisivo na escolha do cliente, então o foco tornou-se investigar o que o cliente deseja.

Essa era da qualidade ajudou a trazer um entendimento global do negócio, assim como uma melhora significativa no desempenho das atividades.

 

 

 

O que é a quinta Era da Qualidade?

Como vimos, a gestão da qualidade passou por quatro eras até hoje. Todas elas trouxeram novos olhares para a qualidade e uma percepção mais global.

Agora, em tempos em que a tecnologia e as automações ditam mudanças no operacional e estratégico de organizações, podemos estar nos aproximando de uma quinta era da qualidade.

Para alguns pesquisadores, a quinta era da qualidade já é uma realidade, mas para outros, nós ainda estaríamos testemunhando seu nascimento.

Independentemente de qual seja a sua percepção sobre o assunto, é inegável como a tecnologia está modificando o trabalho de produção de bens de consumo e ajudando a criar e manter serviços. Por isso, é preciso garantir que a gestão da qualidade esteja à frente da quinta era.

Com a chegada da Indústria 4.0, a qualidade também se tornou 4.0. Porém, muitas vezes, ela foca mais em coletar e analisar dados de forma passiva do que tomar decisões estratégicas ativamente. E isso é algo que a quinta era da qualidade não vai sustentar.

Por isso, fala-se sobre a influência da inteligência artificial, sistemas de gerenciamento mais eficazes e uma atuação cada vez mais preventiva, antecipando necessidades e decisões.

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Como se preparar para a próxima Era da Qualidade

Devido ao caráter tecnológico e estratégico da quinta era da qualidade, será impossível que o papel do profissional da área continue o mesmo.

Muitos estudiosos da qualidade falam sobre a formação de um evangelizador da qualidade, um profissional que conhece o assunto e ajuda a “espalhar a palavra” dentro da organização.

Além disso, a ideia é que o profissional da qualidade na quinta era atue em atividades ligadas à coleta e análise de dados, seja flexível e consiga se autogerar.

Também é esperado que o profissional da quinta era da qualidade se torne um dos líderes da cultura organizacional, tendo como missão garantir que todos se responsabilizem por fazerem as coisas acontecerem e se certifique de que seus colegas e superiores entendam o que é a qualidade para a organização.

E então, como você se sente em relação à chegada da quinta Era da Qualidade? Conte para gente aqui nos comentários!

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Mariana Bortoletti

Por Mariana Bortoletti

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Mercadóloga, jornalista e especialista em escrita criativa.